quinta-feira, 4 de julho de 2013

Passeata pela paz em Pio XII


Na tarde de hoje, alunos e professores do Centro de Ensino Jansen Veloso (Cema) e da escola Presidente Juscelino Kubitschek (JK) foram às ruas de Pio XII, numa grande manifestação em prol da paz.





quarta-feira, 3 de julho de 2013

Vergonha


Se estivesse vivo, hoje Franz Kafka faria 130 anos. Ele, que morreu com apenas 41 anos, tuberculoso, em 1924. Se a tuberculose não tivesse lhe tirado a vida, provavelmente os nazistas o fariam, pois Kafka era judeu, um excepcional escritor de origem judaica (embora jamais tenha gozado desse reconhecimento em vida).
Se nem a tuberculose nem o nazismo tivessem aniquilado sua existência, talvez o próprio Kafka o fizesse: é provável que tivesse cometido suicídio por não suportar mais viver no mundo angustiante que descreveu nos seus livros.
Não; Kafka não iria querer viver 130 anos. Ele, que não queria sequer que sua obra ficasse para a posteridade: Kafka pediu a Max Brod (seu melhor amigo) que, depois de sua morte, o amigo queimasse todos os seus escritos. Max realmente era um grande amigo, verdadeiramente compreendeu a dimensão da obra de Kafka e não a destruiu.
Kafka (e Max, claro) legou-nos uma obra perturbadora e, a partir dela, um adjetivo mundial (kafkiano, em português e espanhol, Kafkaesque, em inglês) que procura transmitir esse sentimento de impotência diante de um mundo ou de situações que às vezes nos parecem ilógicas ou absurdas.

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Ilógicos ou absurdos – como os acontecimentos de domingo, no município de Pio XII, Maranhão.
Zona rural de Pio XII. Povoado Centro do Meio. Era apenas uma pelada domingueira – e a vida continuaria a mesma coisa insossa e aceitável das cidadezinhas interioranas. Mas não foi apenas isso.
Durante a partida de futebol, controvérsias e discussões entre o árbitro e um dos jogadores.
O árbitro esfaqueou o jogador.
O jogador morreu.
O árbitro foi amarrado e linchado: deceparam os seus membros, arrancaram sua cabeça e a penduraram numa estaca.

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O jogador esfaqueado pelo árbitro: Josemir Santos Abreu, 31 anos.
O árbitro linchado: Otávio Jordão da Silva Cantanhede, 20 anos.
Não eram pessoas perigosas. Suas histórias de vida indicavam exatamente o contrário.
Eram pessoas humildes e queridas.

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Conheci muito bem Otávio Jordão, aluno meu no Centro de Ensino Jansen Veloso. Conheço-o há três anos. Há dois anos perdeu a mãe, atropelada por um caminhão na BR 316. Depois dessa trágica perda, tornou-se ainda mais responsável e dedicado aos estudos. O melhor aluno de espanhol do curso de Educação de Jovens e Adultos no ano passado. Líder de sua turma esse ano.

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Nenhuma desculpa ou justificativa para a besteira feita por Otávio.
Contudo, a crueldade a que Otávio foi submetido, inclusive depois de morto, causa perplexidade. Revolta. Vergonha.   
  
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Em suas histórias, Kafka viu o ser humano aniquilado pela máquina do Estado: as coisas perderam a sua simpleza, já não entendemos como os acontecimentos sociais nos envolvem e simultaneamente nos anulam.
Nos tristes acontecimentos recentes de Pio XII o que vejo não é a onipresença do Estado burguês, mas a sua falência em não garantir o cumprimento efetivo dos seus dispositivos jurídicos.
Para Josemir e Otávio e para os assassinos de Otávio faltaram oportunidades para se desenvolverem mais plenamente como seres humanos. Faltou educação efetiva, serviços de saúde, emprego formal, direitos trabalhistas garantidos, um cotidiano sem tantas preocupações e o acesso a bens culturais, que trouxessem fair-play ao espírito.

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Otávio Jordão
Faltou a base para o desenvolvimento de uma cultura humanista que os levassem a ter a leitura como uma opção de lazer tão ou mais envolvente que o futebol e – quem sabe – a se interessar por um gênio chamado Franz Kafka e descobrir, sem serem vítimas, que a realidade é mais kafkiana do que imaginaria Kafka.
A realidade se tornou mais kafkiana do que Kafka imaginaria.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Lançado em Pio XII o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC)



Sexta-feira, 28/06, na Igreja Batista Peniel, foi lançado em Pio XII o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).
O PNAIC representa um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.
A Coordenadora Municipal do PNAIC, Iara Portilho, abriu a solenidade, destacando a importância do Pacto. A orientadora de estudos Valmilúcia Silva apresentou em detalhes o PNAIC.
Logo após a solenidade de lançamento, os professores alfabetizadores participaram do primeiro encontro formativo do Pacto, durante a sexta (28) e o sábado (29).
A formação procura conectar os conhecimentos teóricos sobre alfabetização e letramento ao dia-a-dia escolar dos professores e alunos.
Fotos: ASSCOM Pio XII