terça-feira, 19 de abril de 2016

Saiba quem foram os deputados maranhenses que disseram sim ao golpe e não à democracia




Em qual gênero se enquadra o filme de domingo, 17 de abril de 2016, assistido por milhões de brasileiros? Comédia? Drama? Terror? Pornochanchada?
A farsa representada pelo impeachment da presidenta Dilma mostrou a pobreza espiritual e política que reina na Câmara dos Deputados. A maioria absoluta dos que disseram sim ao impeachment não se detiveram em justificar se havia ou não crime de responsabilidade, mas cinicamente votavam em nome de Deus, dos filhos, da sua cidade e base eleitoral, etc.
A exibição desse teatro da mediocridade comprovou a inexistência de uma base jurídica para o impeachment e a confirmação de que se trata de um golpe contra o governo Dilma, contra o PT e contra a democracia.   
Dez deputados maranhenses disseram sim ao golpe: Alberto Filho (PMDB), André Fufuca (PP), Cleber Verde (PRB), Eliziane Gama (PPS), Hildo Rocha (PMDB), João Castelo (PSDB), José Reinaldo (PSB), Juscelino Filho (DEM), Sarney Filho (PV) e Victor Mendes (PSD).
As justificativas para votar pelo impeachment foram as mais disparatadas possíveis. Alberto Filho lembrou os 96 anos de Bacabal; André Fufuca falou em nome das pessoas que foram enganadas pela refinaria Premium etc. etc.; Cleber Verde fez algumas frases de efeito antes de dizer sim; Eliziane Gama falou em nome do Maranhão, de São Luís, do Nordeste e enfatizou a “corrupção cristalizada nesse governo”, como se a corrupção tivesse sido inventada agora, “esquecendo” a enorme lista de corruptos que não fazem parte do governo, inclusive o corrupto que estava bem à sua frente, a conduzir aquele processo de impeachment, o deputado Eduardo Cunha; Hildo Rocha falou em nome do Maranhão; João Castelo citou as palavras “coerência e dignidade”, logo ele que foi condenado a devolver mais de cem milhões aos cofres públicos (que dignidade!) por falcatruas realizadas quando prefeito de São Luís  (detalhe: em 1992, João Castelo posicionou-se contra o impeachment de Collor); José Reinaldo lembrou a “cassação injusta” de Jackson Lago, mas esqueceu de dizer que a cassação do ex-governador do Maranhão foi promovida pelo grupo Sarney, a quem domingo José Reinaldo estava aliado na votação do impeachment e na cassação injusta de Dilma; Juscelino Filho falou de Vitorino Freire e Santa Inês, cidades que são sua base eleitoral; Sarney Filho justificou o sim em nome do seu partido (PV) e Victor Mendes falou da cidade de Pinheiro e fez uma homenagem às suas filhas. Ou seja: nenhum dos dez deputados maranhenses tocou no mérito da questão: se existia ou não crime de responsabilidade.

Oito deputados maranhenses votaram contra o golpe

Oito deputados maranhenses votaram contra o golpe: Aluízio Mendes (PTN), João Marcelo Souza (PMDB), Júnior Marreca (PEN), Pedro Fernandes (PTB), Rubens Pereira Jr. (PCdoB), Waldir Maranhão (PP), Weverton Rocha (PDT) e Zé Carlos (PT).
Ao se posicionar contra o golpe, o deputado Rubens Pereira Jr. desmascarou a farsa montada por Eduardo Cunha e seu bando de demagogos. Suas palavras sintetizam em que consiste o golpe:

“Conseguiu, hein presidente? Governo mal avaliado deve ser julgado nas ruas. Aqui deve ser avaliado se pedalada, decreto, é ou não crime de responsabilidade e segundo a Constituição não é. Defender a Constituição em momentos contramajoritários é pra quem tem coragem e é por isso que eu voto não.”  (Rubens Pereira Jr.)